O Novo Mineirão Vai Ser Bom Mesmo?

Analisei o projeto do novo Mineirão e comento o seguinte:

- Os arredores do estádio estão secos demais. O projeto paisagístico precisa ser melhor elaborado e conceber o plantio de mais árvores e de jardins. Jardins especialmente na passarela que liga o Mineirão ao mineirinho e árvores por toda a circulação externa. A vegetação reduz a temperatura local o que é conveniente para grandes áreas abertas. Com isso, O projeto de iluminação externa vai precisar ser ajustado para compensar as sombras noturnas geradas pelas árvores.

- O teto concretado pode ser usado para instalar painéis solares geradores de eletricidade, para zerar a emissão de gases durante os jogos e outros eventos. Quando estiver vazio, o Mineirão pode lançar a energia gerada no sistema elétrico e obter créditos para usá-los durante sua utilização para os espetáculos e os torneios.

- O teto concretado também pode abrigar mirantes aos quatro ventos para explorar o potencial turístico da região e gerar renda com a visitação. Afinal, o estádio tem o privilégio de estar localizado em um dos marcos arquitetônicos de Belo Horizonte. Com um potencial para uso turístico estabelecido, as galerias com lojas e restaurantes ficariam abertas completando a estrutura.

- O teto ampliado em estrutura metálica, com cobertura em tecido sintético, pode piorar a ventilação do Mineirão, que já é precária. Não há no projeto nenhum detalhe ligado ao sistema de ventilação do estádio. Nesse caso, sugiro fazer aletas de abertura variável no teto ampliado para direcionar o ar quente para fora em um ponto e para lançar ar frio para dentro em outro extremo (de acordo com a rotina de ventos na região). Talvez seja preciso um sistema de ventilação forçada que puxe o ar frio que o estacionamento coberto vai gerar internamente e lance esse ar nas galerias de lojas e bares e também por baixo das arquibancadas resfriando o estádio. A ventilação natural não é boa nesse novo projeto.

- O Mineirinho pode ganhar adaptações para receber melhor eventos de médio porte, como convenções e feiras, se tornando um pequeno Expominas na região.

Sobre as questões viárias:

Com a duplicação da Avenida Antônio Carlos o trânsito melhorou do bairro Lagoinha até o São Francisco, mas ainda não foi aliviado totalmente. O trecho entre Anel Rodoviário e Dom Pedro I continua gerando retenções. Os motivos são os cruzamentos com as ruas Viana do Castelo e Major Delfino de Paula para acesso ao bairro São Francisco. Também o retorno na rua Alcobaça para o CPOR (Centro de Preparação para Oficiais da Reserva do Exército), o acesso à UFMG, o cruzamento com Abrahão Caram e o retorno na Coronel José Dias Bicalho.
A prefeitura indica o o projeto do BRT para a Antônio Carlos/Pedro I como solução desse gargalo. Será que novos viadutos e passarelas estão previstos nesse empreendimento? Estarão prontos até a Copa das Confederações em 2013?

Comentários

le tomato disse…
Fala Régis,
realmente o lajão é árido. Um dos motivos dessa área enorme no entorno do estádio é que a FIFA exige grande área livre para promoção de eventos nos estádios da abertura e do jogo final. O projeto do mineirão foi concebido imaginando que a abertura vai acontecer aqui. É uma pena, mas ainda tenho esperanças que se possa "animar" o lajão. Outra coisa é que mesmo havendo paisagismo, essas áreas descobertas grandes também tem sua função no espaço urbano (veja a praça da estação por exemplo).
Com relação a ventilação eu não acho que haverá problemas pois as normas da FIFA aumentam as áreas de circulação para evacuação de pessoas e assim haverá maior área para entrada do ar. A área de saída vertical não é a única forma de troca de ar. Se houver uma corrente de vento ela atravessa todo o estádio, refrescando os espectadores. Isso tudo lembrando que mesmo havendo diminuição da abertura da cobertura, ela ainda é bastante grande.

De qualquer forma, gostei da análise

Abraço!

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