Hollywood não entende a Copa do Mundo


Um estranho fenômeno se abateu sobre as bilheterias do cinema nessas férias: A Copa da África. Grandes lançamentos passaram em branco pelos espectadores nesses últimos 30 dias, entre junho e julho. Títulos elogiados como "Esquadrão Classe A", "Príncipe da Pérsia" e "Encontro Explosivo" tiveram faturamento de filmes B. Até os esperados "Toy Story 3" e o capítulo final de Shrek caíram na armadilha do mundial futebol, o que surpreende ainda mais já que as animações têm tradição de altos lucros, uma vez que as crianças sempre estão acompanhadas dos pais nas sessões.

Hollywood não entende o que aconteceu e as produtoras já estudam mudanças desnecessárias de elenco, diretores e atores para as continuações, que agora estão em xeque. No caso de "Encontro Explosivo", o impacto negativo resvalou em "Missão Impossível IV". O protagonista Tom Cruise pode perder posição de destaque no elenco, teve a confirmação de atuação na trama suspensa pela Paramount e precisou abrir mão de parte do cachê milionário e da participação dos lucros para permanecer no controle da produção.

O interessante disso tudo é que a capacidade de decisão dos executivos do cinema está ofuscada justamente porque os Estados Unidos não têm tradição no futebol. Durante a Copa, a overdose de futebol chega a três jogos diários e ao invés de ir ao cinema ou ao teatro, os fãs preferem ir a bares ou mesmo ficar em casa em frente à tv (que ainda não transmite com a qualidade de uma película e em 3D para todos os lares).

Mesmo que o interesse dos norte-americanos pelo "soccer" tenha crescido e batido alguns recordes de audiência televisiva, parece difícil para quem gosta de basebol ou de futebol americano identificar o quanto o mundo se entrega a um bate bola. E, cá entre nós, quando é que alguém poderia imaginar que o esporte de maior audiência no planeta poderia afetaria um ramo de negócios totalmente independente de apitos, vuvuzelas e bolas sobrenaturais?

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