Como o Brasil Pode Evitar a Crise Econômica
Ao invés de se preocupar somente com o crédito para as empresas produzirem, é preciso olhar com atenção para o crédito para que elas vendam. Antes de gastar novamente, o consumidor vai dar prioridade em pagar o que já deve. Mas, se houver uma oferta de crédito a juros baixos, menores que os que ele paga nos compromissos que já tem, o consumidor vai querer um novo empréstimo. Apesar das tentativas de aumentar a liquidez do mercado, os bancos não estão reduzindo o spread final. Não adianta o Banco Central diminuir a Selic, se os bancos não abrirem mão do que ganham. E eles sempre ganham. Sem crise, mantém os juros nas alturas. Com crise, sobem os juros para não perder o que já embolsaram.
O Governo precisa tomar uma atitude. Tem que encontrar uma maneira de forçar os banqueiros a repassar os ganhos do aumento do crédito, nem que seja na base de uma medida provisória ou um decreto. Ora, o País é dono da Caixa Econômica e do Banco do Brasil e por quê não usar essas instituições para oferecer empréstimos baratos à população? Seja para pagar dívidas ou comprar mais, ninguém vai duvidar que a melhor opção é tomar um empréstimo a uma taxa de 0,5% ou 1% do que pagar um débito de 6% ao mês ou o cheque especial de 12% ao mês.
O Banco Central do Brasil se manifestou a respeito por meio de sua ouvidoria:
Em atenção à demanda de V.Sa., a área técnica responsável pelo assunto informa que:
“Com respeito aos seus comentários atinentes à crise financeira internacional e seus reflexos sobre o crédito, vale observar que em momentos de forte aversão ao risco é comum a retração de linhas de crédito e a decorrente alta das taxas de juros.
Neste sentido, o Governo vem atuando firmemente buscando minorar estes impactos. Particularmente com respeito ao Banco Central, considerando a sua missão institucional, bem como os meios à sua disposição para cumprí-la, esta instituição está atenta aos aspectos levantados por V. Sa e pronta a atuar em linha com suas atribuições legais.”
Agradecemos sua manifestação e colocamo-nos a seu dispor.
Atenciosamente,
Ouvidoria do Banco Central
Hélio José Ferreira
Ouvidor
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